quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sibéria:história transporte rodoviário


Em um país onde os governos fizeram a opção preferencial pelo transporte rodoviário, viajar de trem é uma experiência quase desconhecida dos brasileiros. Cruzar milhares de quilômetros em ferrovias, então, virou idéia impraticável, devido à simples inexistência de linhas de passageiros ou à diferença da largura das bitolas usadas por cada Estado. Mas, muito longe daqui, quem alimenta este desejo tem onde realiza-lo. Sonho de dez em dez mochileiros, o lugar chama-se Transiberiana, a ferrovia mais longa do mundo.
Os 9.289 km de trilhos da Transiberiana ligam Moscou à costa do Pacífico, atravessando uma das regiões mais gélidas e inóspitas do planeta. Em compensação, o viajante tem o privilégio de admirar grandes rios, montanhas cobertas de neve, florestas intermináveis, vastas estepes e maravilhas naturais como o lago Baikal, a pérola da Sibéria.
Ainda dentro do que se convém chamar de Transiberiana, dois ramais seguem em direção à Mongólia e à China. Optar por um destes caminhos, a ferrovia Transmongólica, rende ao passageiro a oportunidade de cruzar o deserto de Gobi e contemplar a Muralha da China, já nas redondezas de Pequim. Se a preferência for pelo autêntico trajeto transiberiano, o ponto de chegada é a fervilhante cidade portuária de Vladivostok,a senhora do Leste.

Tem quem resolva percorrer estas distâncias épicas sem descer do trem, durante sete dias de viagem, saboreando na janela a lenta mudança de paisagens e a vida a bordo de uma espécie de cruzeiro terrestre. No entanto, o melhor mesmo é parar pelo menos duas vezes, para aproveitar lugares que nunca estiveram tão acessíveis aos estrangeiros como hoje. São os casos das cidades ?proibidas? de Yekaterinburg e Krasnoyarsk, bases estratégicas da indústria bélica da antiga União Soviética, onde somente os russos podiam colocar os pés até 1989.
Construída ao longo de 25 anos (1891-1916) e com o trabalho forçado de milhares de condenados, a Transiberiana foi uma das grandes obras de engenharia da humanidade no século passado e continua a ser um desafio para seus viajantes de hoje, sejam eles os obstinados moradores da Sibéria ou turistas em busca de um destino exótico, mas perfeitamente possível e acessível inclusive aos brasileiros.








Postado por: Alessandro                                                                                                                24/08/11

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